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As pegadas da coelha

"Transforma-te na tua melhor versão"

Quando de repente já não estás

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Passamos dias após dias na agitação das rotinas, preocupando-nos com aquilo que, analisando bem, não tem assim tanta importância quanto o peso que a nossa ansiedade atribui. Vivemos num frenesim, com a cenoura na ponta do pau, como que hipnotizados, alheios muitas vezes ao que nos rodeia, ao que realmente importa, ao que realmente somos, ao que valorizamos e ao que amamos. Estamos tão envoltos em resolver as questões do quotidiano, em estabelecer objetivos futuros que nos esquecemos de contemplar, refletir, de reservar um tempo para pensarmos no que já possuímos no momento presente e que nos faz tão bem.

 

 

Chego a casa e recebo a notícia de que a Mimi não está mais entre nós, morreu. Mantenho a postura de quem já estava preparada para que uma coisa destas aconteça, que são coisas incontroláveis, para não agravar mais a dor de todos em casa.

De manhã cedo abriram-se as cortinas para um novo dia e lá estava Mimi estendida na berma da estrada e envolta num lençol de sangue, mesmo ao lado de onde a resgatei em pequena de um destino que foi apenas adiado. Fizeram-me o favor de a tirar de lá para que eu não a visse morta e imagino o que não tenha custado fazê-lo.

 

 

Aquilo que davas por adquirido na vida, no dia seguinte quando acordas e já lá não está. Sem que te possas despedir, sem que te possas preparar, sem que possas fazer nada para evitar...

 

Hoje ainda a vemos em todo o lado, ainda falamos com ela como se estivesse, porque a dor é inevitável e temos de nos permitir sentir essa tristeza.

Este é o preço do amor, do envolvimento, da dedicação. Se não nos pomos a jeito para viver grandes coisas, para amar, para saborear, viveremos uma vida estúpida, sem emoção, sem êxtase, sem o verdadeiro sentido.

São momentos como estes que nos põe à prova, que nos desafiam e onde não é fácil conseguir responder à questão: o que posso eu aprender ou retirar de positivo nisto que me está acontecer?

 

Valeu tudo o que fizemos por ela, valeu tudo o que ela fez por nós, faz todo o sentido aproveitarmos, experimentarmos, amarmos com todas as nossas forças e olharmos para a vida como se fosse aquela overdose de açúcar depois de comermos um pudim de abade de priscos.

 

Não podemos mudar o que nos aconteceu, mas podemos controlar as nossas representações para que nos dê algo positivo no futuro.

 

Foi muito bom enquanto durou Mimi, obrigada por todo o amor e transformações nas nossas vidas,

até sempre...

 

 

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